terça-feira, 24 de março de 2009

agorando meu friozinho

Depois do post sobre o frio, o calor veio com toda força.
Amazonenses parem de agorar meu frio!!!!

domingo, 22 de março de 2009

clima bom




Chegou o outono e o clima mudou. Estava fazendo muito calor aqui, apesar de não ser igual o de Manaus, é mais ardido, de acordo com a minha percepção. Imagina pegar ônibus e metrô lotado com uma galera suada e fedorenta... Pois é... eu fiz isso.
Mas agora estamos experimentando um clima bem ameno, gostoso! O problema é que só da vontade de dormir! Gente... é uma delícia, sério mesmo!
Eu queria que MAnaus tivesse esse clima, afinal, uma cidade tão boa, com um clima tão quente! Eu não sou daquelas manauaras que fica com raiva de quem fala do clima da cidade, porque eu também falo e cresci lá. Então, por que alguém que não está acostumado com aquela quentura horrível deveria falar bem?
Estão falando que talvez faça muuuuito frio aqui por uns dias, como no ano passado. Já estou até me vendo, totalmente ridícula, com aquelas roupas de esqui, que parecem infláveis. E o povo pensando: quem é essa louca?
Anyway... é a vida de uma amazonense no sudeste brasileiro.

quarta-feira, 18 de março de 2009

chuvas e estações


Eu sou amazonense, estou acostumada com uma chuva que dura semanas e semanas. Aqui em São Paulo, as chuvas são mais assustadoras. Não por terem muitos raios e trovões ou ventos, mas porque a cidade alaga em todos os lugares. Tudo bem, não todos, mas muitos.
O trânsito, já caótico em dias normais, fica desesperador. Eu vi no jornal que é possível até morrer gente ao volante, já que não conseguem se mexer para conseguir socorro. Fiquei impressionada com isso, nem lá na Rain Forrest essas coisas acontecem.
Agora não estamos mais no verão e sim no outono. Uma estação que eu nunca conheci, afinal em Manaus só tem duas estações: sol e chuva e chuva com sol. Nesses dias de chuva lembro-me do meu sogro que diz: Chuva só em bom pra quem tem casa e dinheiro no bolso. E é verdade mesmo... porque essas pessoas não precisam se preocupar com as casas sendo alagadas e com as outras que perdem tudo o que tem ou estão tentando ter, em algumas muitas parcelas.

terça-feira, 17 de março de 2009

salto alto na cidade

Hoje eu estava com saudades de andar de salto, de me achar mais alta, mais feminina. Preciso dizer que não foi a melhor idéia que eu tive nos últimos tempos?
No princípio estava tudo bem, mesmo andando nas calçadas não muito planas, eu estava conseguindo andar bem. Mas começou a chover. E caminhar já não era algo tão fácil assim, principalmente de salto.
Ao sair da estação do metrô, tentando não escorregar, me deparei com uma imensidão de sombrinhas, era a parada de ônibus. Então além de tentar me equilibrar no salto, tentava não enfiar o ferrinho do meu guarda-chuva no olho de ninguém e não ter meu próprio olho furado.
Os ônibus passavam lotadíssimos, poucos paravam. A saída foi tentar ficar confortável ali. Uma moça bem angustiada perguntou se eu queria rachar um taxi, mas estava sem grana. Ela então me contou sua história: "Essa chuva acabou comigo hoje, tinha uma entrevista de emprego e fiquei toda encharcada, minha blusa ficou transparente, liguei avisando que não ia. Agora, estou atrasada pra apresentar um trabalho na faculdade e o material que eu ia apresentar está todo destruído pela chuva. Tô desesperada".
Estava ali ouvindo quando o busão chegou e, mesmo lotado, parou. Eu e mais meia dúzia de pessoas, incluindo a moça com quem conversara, se penduraram à porta. Fomos nos encaixando nos espaços. O motorista esperando as pessoas se espremerem mais um pouco para poder fechar a porta, mas não havia nenhum milímetro vazio. Eu já havia me enfiado lá dentro, mas as pessoas penduradas pediam: "Ei galera, anda mais um passo, mais um passinho, por favor", e nós, os enfiados, tentávamos ajudá-los. Enfim a porta se fechou.
Na volta para casa, riachos e córregos se derramavam na sarjeta. Minhas sandálias altas estavam me atrapalhando. Meus pés escorregando, eu ali, andando devagar, sem cair, consegui chegar! Morta de raiva, toda feminilidade e beleza por água a baixo, chegando perto de casa, tirei as sandálias e vim descalça mesmo.


quinta-feira, 12 de março de 2009

preços




Ingênua como sou, achei que aqui em SP, pela variedade de salões de beleza que existem, esse serviço seria bem mais barato. Mas me enganei. Outro dia fui fazer as unhas e quase tenho que deixar as roupas do corpo no salão. E antes de eu viajar, inventei de mudar a cor do meu cabelo, e eu gosto dessa cor que tá agora. O grande problema é a manutenção.
Nessas horas, sinto falta da boa e velha Manaus, onde eu ainda encontro manicures que fazem as unhas por R$ 15,00, onde eu sou amiga da cabeleireira que cuida dos meus cabelos e faz pelo preço de custo.Onde ficar bonita e arrumada não é uma coisa para poucos.
Outro dia passou no jornal que os preços aqui assustam tanto, que as pessoas começaram a fazer um tal de mutirão da beleza. As vizinhas e amigas se reúnem e uma faz "experimentos" na cabeça da outra. Meu marido, engraçadinho, me disse: olha aí amor, vai num desse. Só fiz dar um olhar congelante para ele.
Eu era arrumada e sabia! Adorava ser arrumada, pintada, maquiada! Agora vou ter que economizar horrores pra cuidar de mim...

quarta-feira, 11 de março de 2009

enxaqueca X busão


Ontem estava no trampo quando uma leve dor de cabeça começou. Não comprei um remédio na farmácia que tem pertinho da estação de metrô porque achei que ia logo passar.
Dentro do metrô, a dor aumentava, logo parecia que eu tinha um coração gigantesco dentro do meu cérebro, a cabeça pulsava e doía, doía... Fazia tempo que eu tinha uma dor tão forte como essa. Não queria nem abrir os olhos de tanta que a cabeça doía.
Saindo do metrô, na parada de ônibus, 3 ou 4 se empilharam, com dificuldade forcei meus olhos a exergar os nomes dos tais busões. Li o nome do meu e entrei. Dentro, fechei os olhos mais uma vez e assim fiquei por alguns minutos. Ao abrí-los, advinha só, estava dentro do ônibus errado por uns 10 minutos. Fiquei nervosa! Perdida numa cidade como São Paulo, com a cabeça estourando de dor, sem um puto centavo no bolso. Tentei ligar para o meu marido, que adora deixar o celular ligado e ir pra qualquer outro lugar que não seja perto do telefone. Com uma vontade de chorar de raiva, me aprumei e fui tentar conversar com a cobradora que me deu uma dica: descer onde eu estava, atravessar a avenida, pegar um ônibus para a parada onde eu estava e depois pegar um novo ônibus para o lugar certo!
Lá estava eu, cansada do trampo, morrendo de enxaqueca, com raiva do meu marido que não atende o celular, sem dinheiro e pedestre! Fiz todo o trajeto de volta, peguei o ônibus certo, fui pra casa, cheguei sã e salva, mas com um puta mal-humor, gritei com o marido, com o primo, se tivesse cachorro, gato, papagaio ou periquito, tinha sobrado pra eles também.
Resumindo: Se você está com enxaqueca, é melhor pedir a solidariedade de outro amigo pedestre e entrar no busão certo.

esfrega esfrega


Nas vezes em que eu andei de ônibus lotado em Manaus, não posso dizer terem sido boas. Homens que, penso eu, não pegam ninguém em algum tempo, ou simplesmente tem que pegar qualquer pessoa, se satisfazem com esfregar seu membro nas mulheres pedestres. Quantas e quantas histórias eu já não ouvi de tantas mulheres, quase que abusadas dentro do "busão".
Aqui em São Paulo, apesar de andar em ônibus lotados, não vejo isso acontecer. Ninguém fica se esfregando em ninguém, cada um respeita o espaço do outro, mesmo que seja um milímetro. Fiquei impressionada!
No meu primeiro dia de busão paulista lotado, fiquei já me preparando para proteger a retaguarda, mas não precisei. Ninguém quis se aproveitar. Nenhum tarado enrustido quis aproveitar pra se esfregar na bunda alheia. Palmas para os paulistas nesse aspecto.
Agora... pausa para pensar na tristeza desses homenzinhos que tentam esfregar seus membros nas pobres pedestres que TEM que andar de ônibus lotado, no calor de Manaus. Gente... às vezes eles se esticam, por um "prazer"(será que chega a ser um prazer) mais curto da história dos prazeres.
Fica aqui o meu reconhecimento da educação e respeito dos homens paulistas dentro dos busões da vida. E que esse exemplo se espalhe Brasil a fora.

o começo de tudo


Hoje estava eu voltando para minha casa quando me deparei com a minha rotina nova. Todos os dias eu pego um ônibus lotado. Em Manaus, onde eu vivia também existiam lendas sobre ônibus lotados, mas eu não participava dessas aventuras, lá eu era uma burguesa motorisada. Hoje, aqui estou, eu e os meus pensamentos dentro de um ônibus lotado.
Lembro-me dos dias em que usava meus sapatos altos, usava roupas menos confortáveis, afinal de contas, tudo é mais confortável dentro do seu carro. Mas aqui, ah aqui não, aqui temos que nos preparar para o dia. No lugar de plataformas, rasteirinhas ou sapatilhas ou até mesmo tênis. Logo eu que desprezei o tênis durante tanto tempo.
Mas hoje tive essa epifania. O ônibus, ou metrô, não precisa ser uma experiência triste, nem produzir a auto-comiseração, mas pode ser uma experiência de grande ispiração, diversão e crescimento.
Afinal de contas: o que não mata, engorda! Então, convido você a participar comigo, desse novo mundo de descobertas minhas. Obrigada pela atenção e se segura, que esse ônibus sacoleja que é uma maravilha!